Mulheres-mães protagonistas da própria história

Coluna – De que sou feita?

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Às vezes sinto que sou feita de sonhos, sabe, aqueles belos com finais felizes. E, ao mesmo tempo, penso que sou feita de cicatrizes, aquelas profundas que deixam marcas doídas na alma. Em certos momentos que estou com o astral lá em cima, penso que sou feita de estrelas, que brilham e ofuscam por ondem passam. Mas às vezes a dor é tanta, que parece que sou feita de abismos, sem força pra sair deles. Às vezes penso que sou feita de ferro, mas lembro que ferro derrete no fogo. Tem momentos que me sinto como uma rocha, mas lembro que as rochas podem ser implodidas e se espalharem por todo lado. Às vezes me sinto como uma guerreira, mas lembro que guerreiras guerreiam, lutam, travam batalhas intensas e se cansam.

Às vezes me sinto como uma super-heroína, mas lembro que a capa da heroína tem um peso muito grande, e pensando bem, não quero carregá-la. Tem dias que me sinto como uma fraude, risos alegres por fora e por dentro uma grande dor. Me sinto em certos momentos como uma prisioneira, presa nas incertezas e contradições da vida. Tem dias que acordo tão feliz que penso ser feita de canções, que soam na alma, levando esperança e fé por onde passo e, ao mesmo tempo, tem dias que sou feita de silêncios, de momentos de introspecção que prefiro ficar só, bem quietinha em meu canto. Às vezes sou feita de sorrisos largos e contagiante que demonstram vida e alegria, é minha criança interior pulando. Mas tem momentos que sou feita de prantos, aqueles que deixam o rosto lavado e a alma triste ao me deparar com momentos dolorosos que surgem.

Tem dias que sou um mosaico de cores vibrantes, um caleidoscópio de emoções alegres e positivas, são aqueles dias que parece não ter passado, nem futuro, só o momento presente. No entanto, tem dias que sou uma colcha de retalhos cinzentos, feita com sobras dos dias angustiantes, doídos e das preocupações futuras, pareço um enigma sem solução. Naqueles dias de batalha, que quando chega a noite eu respiro e digo: venci mais um dia! É aí que me sinto como a força do vento que sopra. Quando preciso ser forte me sinto como a fúria da tempestade que ruge. Porém, posso ter a leveza da pena que cai. E às vezes posso sentir tanta raiva que pareço uma chama que arde. Em outro momento posso ser a água serena que flui naturalmente, pareço estranha.

Sou chamada de especial, guerreira, barraqueira, e, no fundo, sei que sou tudo isso e mais um pouco. Estou em constante transformação!  Sou a soma de todas as minhas partes, a luz e a sombra, a alegria e a tristeza, a força e a fragilidade, a esperança e o medo. Sou um ser único e indivisível, um milagre da vida, uma obra de arte em constante criação. Sou um enigma sem solução.

E você, do que é feita?

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