Separando roupinhas do meu filho para doação, pensando nas próximas peças que preciso comprar pra ele, me dei conta: meu bebê em breve não vai mais usar bodies. Com 11 meses, o próximo tamanho é 01 (um). E aí as camisetinhas chegam bombando. Que cacetada! Me dei conta que meu bebê cresceu.
É um bebê ainda, mas não é mais aquele nenenzinho que, se a gente apertar um pouquinho, cabe de volta na barriga. Assim, de repente, a gente percebe que precisa se despedir de uma fase pra entrar em outra. E toda despedida, mesmo aquelas que anunciam um novo começo promissor, é sempre um pouco triste.
A maternidade nos coloca nessa condição alternante o tempo todo: dizer adeus e sofrer de saudades do que ficou pra trás; dar boas vindas e se encher de entusiasmo pelo que vem pela frente. E, daquela tristezinha nasce uma alegria.
A gente se despede das roupinhas, do mini berço, do carrinho de bebê na posição “moisés”, das toalhas de banho que ficaram pequenas, da amamentação em livre demanda, do ficar quietinho na cama da gente, das fraldas tamanho P, M, G…
Mas a gente recebe, com uma alegria que não cabe no peito, os avanços nos marcos motores, as papinhas, os dentinhos, as interações crescentes com o mundo aqui fora, as preferências, os gritinhos, as risadas, o olhar cada vez mais interessado em tudo que acontece… A maternidade é feita de extremos.
A gente não quer que eles cresçam, mas não vê a hora de ouvir “mãmã”, de ver os primeiros passos, de ter os primeiros pequenos diálogos, de vê-los aproveitando os passeios…
A gente quer ficar e quer avançar. Quer congelar o tempo e prever o futuro. Quer carregar no colo pra sempre, e quer vê-los ganhar o mundo. Se existe uma vivência de sentimentos antagônicos mais impressionante que a maternidade, desconheço…
Texto: Lilian Medeiros – Instagram: @lilian_r_medeiros.
Revisado por Daiane Martins.