Mulheres-mães protagonistas da própria história

Um filho reescreve a nossa história

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Sim, e a cada dia  é um novo capítulo sendo escrito. Se pudéssemos categorizar os capítulos dessa história, teríamos as seções de amor incondicional (aliás, ela estaria permeando todas as outras), a de raivas do dia a dia (aquelas do tipo pisar no lego descalça ou birra intensa no meio do shopping), teria a seção das emoções de todo tipo, mas gerais (como a alegria dos primeiros passos, o susto na queda, a irritação nas noites sem dormir, o filho começa a namorar pela primeira vez), entre outras.

Mas essa nova história nos reconstitui; conta o nosso personagem sob outra perspectiva, sob outro ponto de vista. Não é mais a mulher que trabalha com tal coisa, que gosta disso e daquilo. Essa história gira em torno de ser mãe do fulano ou da fulana. Que age assim, que fala assado, que precisa ser perfeita mesmo isso sendo impossível. Essa história quer ser escrita, pela sociedade, sob a ótica da mãe instagramável, com os lanchinhos mais bem preparados, com o banho de cultura que ela dá na criança, sobre dar conta de tudo e ainda fazer skin care no final do dia, depois de ler o livro do dia para a sua criança. Que não esquece uma lição de casa e nem um potinho de sabe-se lá o que que a criança deve levar para a aula.

Sabe o que eu faço com essa história que tenta me aprisionar? Eu rasgo, eu me recuso a estar nela. 

Minha história está sendo reescrita, sim, desde a maternidade. Mas em especial após a segunda, eu quero que ela tenha a vida real: os meus medos, as minhas frustrações e também todas as minhas alegrias. As minhas transformações a partir e para a maternidade. Eu quero ser a personagem real, não a heroína. A que inspira mas também a que causa compaixão. Quero que ela conte a minha história, para além da maternidade. A minha história de gente, de mulher, de profissional, de quem ama viajar e fazer atividade física (não na mesma proporção, claro). Que ela conte a minha história de esposa, de amiga e parceira de trabalho.

Não quero que essa história foque na minha personagem mãe, apesar de que, indiscutivelmente, ela acaba sendo central, mas nunca única.

E você, que história quer que seja contada? 

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