Mulheres-mães protagonistas da própria história

Sobre o resgate da mulher na maternagem

Sobre o resgate da mulher na maternagem

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É preciso flexibilizar e aceitar as situações reais e suas estranhas possibilidades. Acolher todos os desvios do planejado. É preciso não se privar de decidir, já que somos nós que exercemos a maior parte do tempo o trabalho de cuidados. 

É preciso se liberar de qualquer ideal, até dos libertários ou principalmente deles, porque não vivemos em estruturas que nos permitem realizá-los e exigir isso de si mesma é se maltratar. Pois é preciso mais simplicidade porque tudo fica fragmentado já que somos interrompidas em todos os atos. E é preciso mais sinceridade  porque o romantismo já não cabe mais. É preciso satisfazer com saúde suas vontades corporais. 

É preciso se insubordinar às exigências e papel social que você e outra se cobra  pra não carregar nas costas o peso do fracasso, já que esses papéis apesar de serem realmente utilizados como instrumentos de socialização fazem parte do mundo das ideias/são perfis, por isso são perversos, porque estimulam a sobrecarga e não contemplam a realidade de forma natural. 

É preciso não considerar normal se sacrificar, pois o sacrifício não é recompensado, gera adoecimento. A moral não tem corpo. Nós temos. A maternidade tem: dois, a mãe e a criança. E o corpo quer dormir, ser nutrido, ser afetivo, fortalecido, gozar de uma boa vida, se movimentar e se desenvolver. É preciso aceitar tumultuar. É preciso estar em espaços públicos com as crianças e sem as crianças. É preciso aceitar incomodar e transitar entre os espaços com mais liberdade em prol da busca por gentilezas necessárias. 

É preciso não se envergonhar.


Autora: Izabella Devoti – Instagram: @izadevoti.

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