Quem cuida da mãe?

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Outro dia vi uma foto do meu sobrinho bebê e me lembrei das vezes em que achava um absurdo minha irmã estar dormindo até tarde, e ainda por cima, com um peito de fora e o menino do lado, na época ela tinha apenas 13 anos.

Senti vergonha do meu eu daquela época e pensei que ninguém entende o cansaço de uma mãe até se tornar uma.

A maternidade na maioria das vezes é tão solitária e desgastante. É importante quebrar o paradigma de que uma mulher tem que estar sempre plena e feliz ao se tornar mãe. Tem que se falar sobre o que acontece por trás das fotos bonitinhas, do bebê arrumado e das flores que jogam para disfarçar a realidade de muitas mulheres.

A maternidade tem muito choro, madrugadas sem dormir, a mãe só vai tomar café na hora do almoço e almoçar na hora do jantar e por ai vai, pois a prioridade é o bebê e não tem essa de que vai ter gente para ajudar, o “titia ama” , “titia cuida” às vezes é só na hora da foto mesmo. Quando se tem um pai presente e que cumpre as obrigações, é de grande alívio, mas a carga maior ainda é da mãe.

A saúde mental no maternar por diversas vezes é banalizada, durante a gestação a mulher é mimada, toda a atenção é voltada para ela, mas e depois quem olha para aquela que também precisa de cuidado, quem abraça a mãe?

Falando assim até parece que é tão ruim se tornar mãe, claro que não! A maternidade pode transformar a vida de uma pessoa de uma forma tão esplêndida que é difícil descrever, tem que vivenciar pra saber.

Ok! Mas e da mãe quem cuida?

Quem cuida da mãe são as gargalhadas contagiante, quem cuida da mãe é o olhar de gratidão enquanto amamenta, quem cuida da mãe é o abraço durante a madrugada, o cafuné que assanha o cabelo, a companhia no banheiro, é aquele cheiro da pele do filho (a) que traz uma sensação única, quem cuida da mãe é o AMOR e é através dele que percebemos que vale a pena. Mas para perceber que vale a pena é preciso entender que tudo faz parte do processo de amadurecimento de ambos. É preciso entender que a mulher-mãe também tem necessidades e que o amor é construído e precisa ser cultivado para crescer cada vez mais forte e saudável.


Autora: Rosangela Figueiredo. Psicóloga, Mãe do OliverAmo comida e a vida. Desejo mais respeito e paz no mundo. Instagram: @rosangela.dfigueiredo

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