Por Fernanda Cavalcante – @eu.fernandacavalcante
Equilibrista
Andando na corda bamba
Há anos-luz do chão
Com uma mão, seguro a sua
Com a outra, a lista
Tarefas de hoje, amanhã e depois
Tudo se foi
Se olhar pra baixo
Corro risco de cair na escuridão
Se olhar para o lado
Não vejo ninguém
Além da solidão
O ombro cansado
Carregando tudo, por todo o lado
Que eu vou
Consigo ver de longe, o espelho
Reflete a aparência cansada
Que as vezes, desanimada
Mas nunca desacreditada
Além do reflexo
Visualizo e vislumbro
Nosso novo mundo
Me sinto grande mulher
Menina, porque quer
Não ouso negar o medo
A incerteza do que desejo
Mas algo em mim
Não quer morrer
Quer viver todas as possibilidades
Apreciar o que é bom de verdade
Crescer ao seu lado
Apaga meu passado
E tenta viver o presente
Constantemente
Pra te ver sorrir com os olhos mais uma vez
Uma resposta
Não sou mãe e não pretendo ser, mas essa poesia me fez pensar em duas coisas. A primeira já ouvi de algumas mães: o quão cansativo e solitário é o maternar, mas que o amor que se sente por um filho é algo inexplicável. A segunda é como uma mulher, de repente, é “apenas” mãe. A sociedade simplesmente ignora que ela é uma pessoa, um ser, um indivíduo que também deseja.
Um texto delicado que consegue nos mostrar a realidade e também a esperança de um futuro feliz. Parabéns à autora!