Mulheres-mães protagonistas da própria história

O papel do pai na criação dos filhos: o pai ajuda ou compartilha com a mulher-mãe a educação dos filhos?

O papel do pai na criação dos filhos: o pai ajuda ou compartilha com a mulher-mãe a educação dos filhos?

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Por Danielle Barreto – Pedagoga – @nieli.barreto

São tantas funções, tantos afazeres, tantas obrigações destinadas às mulheres depois que se tornam mães que fico me perguntando onde o pai está nesse rolê! 

Já tem um tempo que venho analisando tal questão, observando algumas situações e opinando em outras, quando consultada, é claro.  Depois de ter participado de uma live com outros profissionais que também são mães e pais e ter ouvido de um pai o quanto o incomodava ser visto apenas como ajudante da mãe, decidi vir aqui refletir junto com vocês sobre o assunto. 

Então o pai ajuda ou compartilha com a mãe a educação dos filhos?!

Bom, para mim e acredito que para grande parte da população, o papel do pai na criação dos filhos deveria ser o mesmo que o da mãe. 

Nenhuma mulher deveria precisar pedir ajuda para o pai de seus filhos para cuidar dos seus próprios filhos. Ambos devem ser presença constante na vida dos filhos e partilhar das mesmas responsabilidades (morando juntos ou não), pois, do contrário, ao assumir para si e solicitar apenas a ajuda do parceiro a mãe estará trazendo somente para ela toda a responsabilidade sobre a criança.

O pai, assim como a mãe, precisa ter funções claras e fazer questão de exercê-las, não apenas realizá-las quando quiser ou puder. 

A obrigação não é exclusiva da mãe e sim de ambos, que precisam se auxiliar mutuamente (dividir tarefas) para que possam viver a maternidade e a paternidade em sua plenitude, mas sem sobrecarregar um ao outro.

Por aqui dividimos não só a criação da filha, como os cuidados com a casa, as responsabilidades financeiras etc., mas como vivemos nesse mundinho machista, tem sempre alguém para vir dizer para mim que tenho sorte por meu companheiro me ajudar. 

Não tenho sorte não, apenas mostro para ele que todos que moram na mesma casa precisam colaborar para manutenção da mesma e para a sanidade mental dos que nela habitam. A família, seja ela de qualquer forma, precisa ser cooperativa!

Mas, voltando a criação dos filhos: precisamos acabar com essa cultura de que filho é responsabilidade da mãe e tentar fazer com que a maioria dos pais entendam e assumam a sua paternidade com responsabilidade, contribuindo financeiramente, participando da rotina e dividindo a tarefa de educar os filhos com as mães das crianças.  Ser pai e mãe é, antes de tudo, parceria!

E como adoro deixar dicas, seguem algumas para que você, mulher-mãe, compartilhe com aqueles pais que querem passar a participar mais dos cuidados com seus filhotes, principalmente nas fases que mais exigem cuidados. Anotem:

  1. Constituição familiar: sabemos que nem sempre é possível planejar, e a gravidez pode acontecer de repente. Mas é sempre bom conversar antes sobre uma possível gravidez, pois o desejo de ter filho e constituir família precisa ser dos dois, evitando assim muitos desgastes durante a criação dos filhos;
  2. Gravidez: Ok! Tudo bem conversado, ou não, aconteceu e vocês estão grávidos. Hora de começar a partilhar as obrigações lembrando aos futuros papais que precisam se fazer presentes nas consultas, na organização do enxoval e do espaço que receberá o bebê;
  3. Hora do parto: essa é uma hora de bastante medo e insegurança para as mães e que precisam mais do que nunca se sentirem seguras e da companhia de seus companheiros;
  4. Nascimento: nos primeiros meses a criança requer muita atenção e trabalho. É um período bastante cansativo para a mãe que necessitará de alguém para dividir as tarefas de casa e os cuidados com o bebê e com ela mesma no pós-parto. Neste momento é imprescindível a presença do pai;
  5. Amamentação: cuidar da rotina da casa, preparar as refeições, ficar com o bebê para que a mãe descanse ou tenha um momento de autocuidado, promover momentos de descontração são algumas das coisas que o pai pode fazer para não sobrecarregar a mãe neste difícil período;
  6. Consulta médica: Acompanhar a mãe com o filho ou levar os filhos sozinhos na consulta com o pediatra, assim como ministrar as medicações também é de extrema importância.
  7. Idade escolar: outra fase bastante cansativa e cheia de pormenores. Então seria muito bom que os pais dividissem a tarefa de ensinar o dever de casa, levar ou buscar na escola e nas atividades extraclasse, fossem às reuniões escolares, organizassem uniforme, lancheira e mochila assim como as mães, sem precisar que fosse solicitado;
  8. Adolescência: nessa fase tão peculiar muitos pais têm o costume de delegar as responsabilidades apenas para as mães, culpando-as, inclusive, quando algo foge do controle. É sempre culpa da mãe! Não. Pai e mãe devem seguir firmes e juntos no processo de educar nesta fase, principalmente acolhendo e buscando serem melhores amigos de seus filhos.

Uma vez pai e mãe, sabemos que temos responsabilidades para uma vida toda! Destaquei acima apenas algumas das fases mais importantes na criação de um filho. Contudo, na rotina do dia a dia não podemos esquecer que tem a hora do banho, das refeições, das brincadeiras, do lazer e, é claro, a vida íntima e a profissional, de ambos, pai e mãe (casados ou não) que precisa também ser levada em consideração.

Nós mulheres, mães, donas de casa ou que trabalhamos fora não damos conta de tudo (e está tudo bem), como infelizmente a sociedade teima em dizer. Que bom seria se não precisássemos ficar lembrando aos pais sobre seu papel na paternidade. 

Não podemos e não precisamos nos sentir culpadas por estarmos dividindo uma tarefa de tamanha responsabilidade.

  Aos pais que assim já se descobriram, bom saber que estão no caminho certo. Aos que ainda não fizeram a ficha cair: espero que as dicas acima possam ajudar para que deixem de ser meros ajudantes de mães.

Texto revisado por Stefânia Acioli.

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