Mulheres-mães protagonistas da própria história

“Meu puerpério dura até hoje; só ficou mais leve com o passar do tempo”

“Meu puerpério dura até hoje; só ficou mais leve com o passar do tempo”

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Descobri que o parto é um grande complô entre as mulheres. Nenhuma delas (as mais sensatas eu diria) dizem a real dificuldade, classificando como algo difícil porém tranquilo de se fazer. Ninguém fala como o corpo passa por algo forte! Que demora um tempo até voltar ao estado normal. Tanto o estado físico, que pode se tornar o sofrimento de muitas juntamente com o emocional, como o fisiológico.

O fisiológico está sendo o meu problema. O estético não me incomoda tanto quanto a dor da volta ao normal. Uma dor constante e física. Algo a se lidar diariamente. O que abala também o emocional – difícil tudo não abalar o emocional nessa fase! O puerpério? Romantizado e pouco falado. Tanto um quanto o outro, só vivendo pra classificar.

A verdade é que não falamos umas pras outras. Senão com um exagero negativo que nós duvidamos ser verdade, não falamos detalhadamente o que ocorre. E não devemos! Cada uma tem a sua experiência e é por isso que não falamos. A dificuldade vai sempre estar lá, mas junto com ela estará o desconhecido. O mergulho no desconhecido do parto e do puerpério é o que mais nos encoraja. E depois é só nadar, achar que não dá conta, que vai se afogar e, quando vê, já encontrou terra. O pior passou e está novamente de volta ao solo, ao seu novo habitat.

Escrever pode ser que alivie a dor disso tudo.

Hoje, 1 ano e 6 meses depois, encaro tudo aquilo como algo que passou e, com tanto amor, esqueci as dores, esqueci as noites sem dormir, esqueci a sensação de “isso nunca vai passar” e as reclamações. Hoje curto essa fase maravilhosa e ainda difícil – criar um ser humano nunca será fácil! Mas sim, maravilhosa! E não me arrependo de nada dos primeiros meses do meu bebê! Curti cada noite sem dormir, cada dia exausta e, mesmo assim, tendo que estar plena pra ele. Eu curti e faria tudo de novo – mas não quero outro filho!

Me arrependo de cada momento que tive (e ainda tenho) de impaciência. Crianças não merecem a impaciência que nós, adultos, não sabemos lidar. Temos que lidar, aprender e ajudá-los a lidar com a deles, afinal, nós sabemos o que é esse sentimento e eles não. Que aprendamos com eles tudo o que eles têm a nos ensinar!


Autora: Barbara Leticia Vieira Silverio. Instagram: @barbaravs_.


Texto revisado por Luiza Gandini.

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