Mulheres-mães protagonistas da própria história

“Mãe, o que é castigo?”

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Por Luciana Queiroz | @coloniadobrincar 

Foi o que ouvi de minha filha, quando ela tinha 10 anos de idade, e estávamos brincando na pracinha perto da nossa casa. 
Ela veio correndo e perguntando em voz alta enquanto eu conversava com alguns pais de suas amiguinhas. 
Naquele instante pude reviver, no meu interno, os últimos 10 anos de sua infância. 
 
Por que você quer saber? Perguntei com ar de surpresa. 
– Porque a minha colega não veio brincar na pracinha hoje, a irmã dela disse que ela está de castigo, mas eu não sei o que é isso! 
 
Naquele instante, como explicaria para a minha filha com 10 anos de idade e na frente dos pais e de suas coleguinhas, que me olhavam ávidos por explicações, que nunca havia praticado o castigo com ela? 
 
Como explicar naquele instante que quando a criança comete um “erro” está pedindo ajuda, ou simplesmente ela não soube fazer diferente? 
Como explicar que no momento do “erro” o que falta são explicações e modelos sobre qual seria a melhor conduta para acertar da próxima vez? 
Como explicar naquele instante que colocar a criança de castigo no momento do “erro”, seria abandoná-la quando ela mais precisa de ajuda? 
Como explicar que abandonar a criança no “erro” é sim o maior erro que podemos cometer, pois ela ficará prisioneira de uma má conduta sem saber como acertar na próxima vez? 
Como explicar que no momento do “erro” a criança está sofrendo e o que ela mais precisa é de amparo, acolhimento e orientação? 
 
Foram instantes de eternidade nos quais mantive a tranquilidade, pois estava convicta de que a criança é um ser humano em fase de formação e que cabe a nós, pais, educadores e adultos de referência, oferecer a orientação necessária para que cresça fortalecida no bem e na vontade de querer acertar sempre, e não se envergonhar pelos seus “erros”, pois no reconhecimento das causas do erro existe o princípio do acerto. 
 
A criança ainda está sendo escrita, a infância é uma fase de esboço e cada traço ou tropeço não pode manchar a obra-prima que está em formação. 
 
Castigo, minha filha, é um recurso que usamos com as crianças, quando nos falta paciência, afeto, conhecimento e a mãe de todas as virtudes: a bondade. 
 

Revisado por: Gisele Sertão – @afagodemaeoficial 

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