No final das contas, é tudo sobre pessoas.
Pessoas que vão, pessoas que ficam. Pessoas que nos estendem as mãos e nos levam em alguma direção. Pessoas que abraçam com amor, abraçam para partilhar a dor ou para ouvir junto uma canção. Pessoas que passam devagarinho e vão alterando o caminho.
E pessoas que passam a passos largos sem olhar para os lados nem para os espaços vagos que deixam para trás. Pessoas que se juntam em rede com capacidade de tecer amizade, apoio e amparo. Pessoas que influenciam para o bem e para o mal. E pessoas que formam elos menores, mas que ainda assim se conectam no fluxo da vida, na energia trocada a cada contato através da palavra, do pensamento ou do olhar.
Pessoas que trazem paz, porque já entenderam que mais vale o equilíbrio do centro do que as emoções desenfreadas dos extremos. Pessoas que ainda não chegaram lá, mas estão tentando, e aquelas que ainda nem começaram a tentar.
Pessoas que podem fazer melhorar o dia, com qualquer manifestação de empatia simples ou não. Ou podem fazê-lo mergulhar em conflito, mal estar e pesar, pois estão afundadas em sua própria confusão.
Pessoas que já estiveram, em matéria, aqui, mas não estão mais, e pessoas que ainda estão por vir. Pessoas que ao criar sua própria melodia ou ao mudar o ritmo dos seus passos, ainda que com alguns tropeços, giros e descompassos, mudam o padrão do que está a sua volta, e causam inspiração, surpresa, paixão ou revolta.
Pessoas que se encontram, desencontram e reencontram no agora ou pela eternidade afora, em presença ou em pensamento. Porque ninguém larga ninguém no caminho da evolução, e porque seguimos todos juntos, ainda que cada um ao seu tempo. No tempo das suas intempéries, ventos e contratempos. Pessoas conectadas entre si, num fluxo infinito de ir e vir.
No final das contas, como eu ia dizendo, organizada a métrica e preenchidas as variáveis, é essa a conclusão que resta. É tudo sobre pessoas.
Texto: Mila Wasconcellos. Instagram: @porondeescrevo.
Revisado por Daiane Martins.