Mulheres-mães protagonistas da própria história

Desistir também exige coragem

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“Desistir, ainda que não pareça, foi meu grande gesto de coragem.” (Caio Fernando Abreu)

Nota da autora: Esse texto não tem a pretensão de desencorajar ninguém, muito menos romantizar a desistência como algo necessário! Trata-se apenas de uma reflexão sobre escolhas que, às vezes, precisamos fazer em benefício próprio!

Em uma época onde somos bombardeadas com positividade tóxica e mensagens que enaltecem que somente aqueles que se sacrificam ao extremo é que “vencem”, aceitar nossas próprias limitações, abrir mão de sonhos e realizações faz parecer que estamos na contramão. 

Não prosseguir com um objetivo, deixar de fazer algo voluntariamente, renunciar  ou abdicar de ideais, são alguns dos significados possíveis para o termo “desistir”. Para alguns, desistir pode representar a falta de valorização daquilo que já possui ou de onde chegou. Também pode representar covardia, medo, preguiça e tantos outros adjetivos. 

Mas, para quem desiste, qual será o real significado? 

Abrir mão de um sonho, de um ideal que impulsionou seus esforços por tanto tempo, não é uma ação simples. Envolve muito autoconhecimento, segurança e – claro – frustração. Ninguém desiste de algo importante simplesmente porque quer. Quando se chega ao final dessa linha, é porque aquele objetivo deixou de fazer sentido e ter um propósito maior no decorrer do caminho. 

Pode parecer fácil, mas, desistir, também é um ato de coragem. Assumir nossos limites ou a falta de capacidade para prosseguir com algo, exige um movimento interno de reconhecimento e autoaceitação. 

Por isso, quando alguém desistir de algo muito importante, não julgue! Procure refletir sobre o peso que essa decisão representa na caminhada da pessoa e o quanto ela deve ter ponderado até fazer essa difícil escolha.  

Há uma frase na Bíblia que diz “quem ama nunca desiste, porém, suporta tudo com fé, esperança e paciência”. (Coríntios, 13:7) De acordo com minhas convicções, prefiro relativizar tal afirmativa, compreendendo que – às vezes – é justamente por amor-próprio que precisamos desistir. É preciso agir com o coração, com muito respeito aos próprios sentimentos para renunciar ao que antes desejava.

Às vezes, a gente “perde o brilho”, perde o rumo, perde a vontade de prosseguir!

E, às vezes, é desistindo de um sonho que encontramos um pouco de paz! 

Autoria: Cláudia Cristina de Oliveira Pereira, mãe do Enrico e do Vittorio. Professora de Educação Especial. Licenciada em Pedagogia (UNESP), Mestre em Ciências: Educação e Saúde (UNIFESP). Instagram: @claudiacopereira 

Assinado: uma mãe que desistiu do doutorado porque descobriu que o seu tempo “já passou” e que não consegue mais dar conta dos estudos como outrora fizera!

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