Mulheres-mães protagonistas da própria história

Os filhos são do mundo

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Na minha sessão de análise de ontem, surgiu a frase: “Os filhos são do mundo”. Fiquei pensando nela ante meus esforços por manter meu filho em um lugar seguro, tentando resguardar ele de um mundo onde a maioria das pessoas tem costumes de alimentação e hábitos de vida que eu considero ruins para a saúde de uma pessoa, e ainda mais para um menino em pleno desenvolvimento.

Então eu me pergunto: será que mantê-lo sob minha supervisão constante gera uma dependência emocional tão intensa para ambos, tornando-se mais prejudicial que o que evito que consuma (doces, telas)?

Poderia ser que isso que não falo, ainda esteja nos envolvendo como um fio invisível, que passa informações de um lado mais que do outro, onde o peso de minha própria vida angustiada fica sobrecarregando seus pequenos ombros?

O que significa que eles são do mundo? Que eu tenho que confiar naquilo que o mundo tem a oferecer para ele? Ou ainda, que ele vai aprender, no seu percurso, a fazer uma coisa útil ou não tão ruim com o que lhe aconteça? Ou será que é inevitável esse filtro com aquilo que nos leva a tocar fundo?

E quanto mais queremos escondê-lo, mais ele cresce e se torna gigante e ameaça nos tirar tudo? Quer dizer, que deveria permitir (fantasiar que permito algo) que a vida aconteça, imprevisível como ela é e olhá-la de frente ou por trás de acordo com minhas possibilidades?

Nós mães, somos uma reminiscência, uma massa de lembranças presas em nossas gargantas, que dá gritos – ou silencia – para poder falar. E quando você fala, o mundo pode se separar entre o que é seu e o que é do resto, o que é do seu ser mãe e o que é do seu filho. Alguém sabe a resposta para esta pergunta?

Autora: Kiusder Betancourt @kius.vivirbien
Revisão: Stefânia Acioli – @tevejomae

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