Mulheres-mães protagonistas da própria história

No puerpério eu conheci o baby blues para além da teoria.

No puerpério eu conheci o baby blues para além da teoria.

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Dias após o parto da Celeste, uma cesariana que eu não planejei, minha mãe, que mora em uma cidade distante, voltou para casa.

O meu companheiro não pôde se afastar do trabalho para permanecer com a gente, por isso, me vi sozinha, segurando a barra de um pós-cirúrgico, imersa na incessante necessidade de desempenhar o papel materno. Me enxergava num corpo alterado, encarando situações antes totalmente desconhecidas.

Quando a minha temperatura corporal subiu de febre por tantas alterações, eu caí. Nesses dias, a minha filha parecia pesar tanto que os braços não suportavam o ninar.
As tarefas de casa eram monstros perturbadores. Cada refeição era uma missão impossível.

Choramos juntas, compartilhando a angústia de viver em um mundo demandante e avassalador, um mundo que não acolhe e nem comporta mães e bebês recém nascidos.

Com o passar dos dias, me senti segura e confortável para cuidar da minha filha. Afinal, passamos juntas por tudo aquilo. Nós nos conhecíamos.

A neblina do baby blues se dissipou na medida em que eu me vi consciente de que somos um elo, de que eu estou para ela, assim como ela está para mim. Entendi que é fundamental que eu me sinta bem para que eu possa estar emocionalmente disponível para cuidar da Celeste com todo o afeto que eu tenho para dar e que ela merece e precisa receber.

Percebi o quanto os estudos sobre o maternar me ajudaram e me ajudam a suportar e superar os dias difíceis.

Com o passar da neblina descobri um potencial, uma energia pulsante que me motiva a buscar pelo meu melhor, por nós.


Autora: Taisla Heres – @psicologataislaheres.
Texto revisado por Vanessa Menegueci.

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