Mulheres-mães protagonistas da própria história

Como o autoconhecimento me ajudou na maternidade

Como o autoconhecimento me ajudou na maternidade

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Sempre achei ter um filho algo transformador, que soma um amor surreal na vida e por ser uma pessoa intensa, queria essa loucura boa para mim. Claro que não foi exatamente no momento em que planejávamos, mas quem disse que a gente sabe alguma coisa sobre o tempo certo para acontecer?

Comecei meu processo terapêutico cinco anos antes de engravidar. Nesses anos já pude me livrar de muitos medos, perdas de tempo, ansiedades que não levavam para lugar nenhum. Parece que a gente vai fazendo uma faxina, tirando um monte de coisa da gaveta, jogando umas fora e outras colocando na estante, para podermos olhar sempre. Nisso o coração vai se enchendo de paz, confiança e a cabeça focando no que é necessário. 

Gerar uma vida e criar um ser humano são grandes responsabilidades e se preparar psicologicamente é essencial, mas vejo que muitas vezes as pessoas não fazem e pouco se fala por aí, nessas tantas listas e textos sobre maternidade, que só colocam uma carga de informação nas mães e gera muito mais ansiedade do que acolhimento. 

A terapia é o pré-natal da mente. Nos preocupamos tanto com os ultrassons, alimentação, atividades físicas; por que não entender o que se passa na nossa cabeça e coração? Tocar em questões como as relações que vão surgir (avós, tios, primos, outros irmãos), separar os processos de criação, o que foi o seu e o que você vai querer para sua cria, como lidar com as diferenças de opinião do pai, colocar aquele braço de distância nos palpites e assim vai. 

Nos últimos três meses da minha gravidez não fiz nenhuma sessão, parecia que tinha preparado uma super festa de aniversário e só estava esperando o aniversariante chegar. Fiquei mais reclusa para curtir ainda mais aquele momento entre ele e eu. Esperei seis meses para retomar a terapia depois da chegada dele, pois precisei de um tempo para digerir todas as emoções, me conectar com ele. 

A maternidade vai te exigir muitas respostas, assim como toda mudança de fase da vida. Você não vai saber de todas. De certo, o tempo vai te mostrando algumas, e estar bem consigo mesma te permite receber tudo com mais maturidade, calma e amor. Ah, sempre tem que ter muito amor!


Autora: Sou Larissa Mota Omori, 32 anos, jornalista, mãe do Raul e casada com o Kimio. Estou me redescobrindo como profissional após essa linda transformação da maternidade e entre as (re) descobertas está o gosto pela escrita. Instagram: @alariescreveu.  


Este texto foi revisado por Arícia Oliveira.

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