Mulheres-mães protagonistas da própria história

Um Furacão particular – Por: Anônimo

Um Furacão particular – Por: Anônimo

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Quando fiquei grávida do segundo filho, o meu primeiro tinha 8 anos.
Até então, me arrisco e tenho toda a certeza pra dizer, foram os 8 anos mais serenos e felizes da minha vida.
Eu demorei muito tempo pra ter outro filho, pois morria de medo de ter meu paraíso particular bagunçado. Eu sentia lá no campo da intuição (sou pisciana, sensitiva que só!) que um pequeno e forte furacão podia vir de dentro do meu ventre numa segunda gravidez.

Be, meu primeiro filho, veio em um momento conturbado, instável, junto com a graduação (minha e do pai) fruto de um relacionamento sereno, mas recente para padrões de formatação de família. Um ano de namoro e uma gravidez. Não me abalei e vivi o sonho de uma jovem de 21 anos: viver de amor. Eu e o namorido construímos o sonho, tornamos realidade e vivemos cada dia um dia melhor, por mais clichê que possa parecer.

Casamento bacanudo, forte, bom pra caramba. Acho que da até invejinha por aí… e eu entendo!

Mas voltando ao segundo filho. Meu furacão. Vini, deu o tom da sua sinfonia assim que quis chegar nesse mundo. Três horas de trabalho de parto, não esperou o médico do pré-natal e nasceu no box de atendimento da maternidade (um episódio digno de uma comédia romântica).

Vini, bagunçou (como eu já previa) todo o meu mundo, o do pai e o do irmão.
Vini preenche a casa e não dá espaço pra mais ninguém. Escorpiano sedutor, controla meus movimentos dentro de casa e se posiciona como um louco apaixonado.

E assim minha relação matrimonial tão linda encontra-se abalada. Não respiro sem que Vini esteja atento. Não consigo acompanhar a adolescência do Be chegando de perto. Tento muito poupar o meu primeiro da tempestade do segundo que me vejo não dando conta nem de um e nem do outro.

De uma hora pra outra (?) me vejo questionando minha competência/capacidade/habilidade pra ser mãe. Não sou a rainha da confiança, muito pelo contrário, mas nesse quesito maternidade até que me sentia firme.

É tão feio dizer, pensar e sentir isso. Mas sim, mesmo diante de todo o amor que esse Vini me trouxe e que me transborda, eu me vejo repensando se deveria ter arriscado.
Eu nunca vou conseguir saber a resposta, pois agora não cabe mais nem o questionamento.
Tenho dois seres que me são tudo nessa vida, que amo mais que a mim mesma e mais do que possa expressar.
Mas cada dia tem sido mais difícil, mais puxado, mais desgastante.
Estou torcendo pros 4 anos do Vini, em outubro, servirem como um portal. Melhorar as crises de bronquite e o comportamento enérgico do pequeno tufão.

Tem dias que são melhores, mas hoje apesar de várias gargalhadas motivadas pelo caçula e pela doçura do mais velho, não está sendo dos menos difíceis.

Maternidade real.

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