Mulheres-mães protagonistas da própria história

Sobre dias tristes e desaguar para ver o mar

Sobre dias tristes e desaguar para ver o mar

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Todo mundo tem dias tristes. Dias de choro, de sentir-se só no meio de uma multidão. De sentir um vazio tremendo, como se nada pudesse preencher. Vivemos tempos que parece não ser possível sentir tristeza. Sentiu-se triste: coma, compre, viaje.

Como não sou robô, permito-me deixar a tristeza chegar. O que não permito é que ela tome acento e fique. Mas choro, desaguo, deixo as lágrimas fluírem como rio para fora de mim até encontrar o mar emoções. Porque dia triste de poeta é assim. E poeta não engole o choro. Chora a incompreensão, o coração partido, as atitudes desrespeitosas. Chora a fritura, a criatura, a rapadura, a vida que anda dura.

Mas lembro sempre que é alegria que me faz potentes, a unidade me faz resistente, a cultura me faz insurgente. Por isso, a tristeza nem senta, já olho para cara dela dizendo “acabou de chegar, vaza, eu estou a me olhar…”

E se olhar é corrigir caminhos, é acertar o passo, é dar um stop na corrida. Ver a paisagem e reconfigurar o roteiro. Sou afeto, e movimento, sou água, tempestade, sou o que me tira do lugar: “mas você acabou de chegar”. Ser feliz é pensar mais sobre si, é agir mais para si, realizar encontros afetivos significativos.

Você já ouviu seu amigo hoje? Perguntou como ele esta? Convidou para um café? O mundo é tão mais bonito lá fora. Procurar os amigos e conversar com minha família tem me ajudado muito. Mas, é no encontro comigo mesma, até nos dias tristes, que eu RE-EXISTO.

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