Mulheres-mães protagonistas da própria história

A culpa faz parte da nossa vida

A culpa faz parte da nossa vida

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Eu estava pensando hoje em comemorar meu aniversário em um karaokê à noite. Para isso preciso deixar minha cria com alguém. E isso me fez sentir o que? Culpa.

Pois bem.

Para que isso não me pegasse e me puxasse para baixo, eu pensei em toda a culpa que nos é atribuída como mulher e como mãe.

Primeiro somos culpadas pelo assédio que sofremos. Se somos uma adolescente de shortinho, os homens mexem porque estamos de shorts, não porque eles não sabem se comportar.

Depois somos culpadas por não ter filhos em determinada idade. Tem que correr porque o relógio biológico né?

Daí somos culpadas quando não queremos ser mães. Como assim mulher que não quer filhos? Nem pode.
Daí quando somos mães ah tem que abrir mão da vida toda para ser mãe porque você já não é mais um ser humano cuidando e criando outro ser humano, você é uma mãe, uma coisa ao mesmo tempo santificada e demonizada. A criança é vista então como um estorvo na sociedade. Mesmo assim você é obrigada a gerar e parir.

Então quando somos mães tudo é culpa nossa.

Se a criança faz birra, culpa da mãe que não coloca limites. Se a criança fica doente, culpa da mãe que não cuidou bem. Se a criança morde o amiguinho, culpa da mãe que não ensina modos em casa. Se a existência da criança foi notada, culpa da mãe que não pariu o gasparzinho. TUDO, não importa o que, como, onde ou quando, é culpa da mãe. Até quando o doador de material genético (aquilo que não merece ser chamado de pai) some. O “pai” sumiu porque não se sentiu pronto para ser pai e a mulher aplicou golpe da barriga. O “pai” sumiu porque a mulher ficou feia na gestação.

O “pai” sumiu porque a mulher depois de ter filhos e virar noites acordada não tinha vontade de transar e o que você não tem em casa procura na rua. E por aí vai. Tudo é culpa da mãe.
Daí você quer viver. Mas não pode. Então depois que seu filho cresce, você já tá nos quarenta/cinquenta e resolve ir curtir. Vai viajar, vai pros festivais de música, vai pros “inferninhos” curtir um rock, um feminejo, alguma coisa. Não tem vergonha na cara porque é uma velha (oi?) se achando menina.

Então é culpa sua porque pariu e não curtiu a vida “na época certa”.

Eu sou mãe de menina e sinceramente quero que essa mente da sociedade mude logo para que as futuras mulheres não passem por isso. Mas se até lá não mudar, então vamos ensinar nossas meninas que a culpa não é delas. Nunca foi e nunca será. E bora pra balada porque mãe é gente e merece rebolar a raba!

Autora: Pookie Noodlin

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