Mulheres-mães protagonistas da própria história

O Grito Materno da Independência

O Grito Materno da Independência

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Nessa encarnação eu vim para ser egoísta. Para me colocar em primeiro lugar. Para ser respeitada e reconhecida. Meu talento me torna única. A melhor no que eu faço. A pioneira. Meu trabalho será um marco na história. Eu sou linda por fora, como há muito tempo sou linda, cheia de amor e de compaixão por dentro. As minhas curvas são lindas e únicas. A minha pele transpira sedução e poder. Eu sou um indivíduo único. Eu existo. E você não pode ignorar a minha presença. Nem me causar medo por eu existir. Não sou mais insegura diante de ti. Se não souber como lidar comigo, aprenda. Se não quiser, se afaste. Eu não sou obrigada, nem você. Você não pode mais me atingir, nem me ferir. Porque seu sou dona de mim. Da minha verdade. Das minhas opiniões. Eu sei o que eu faço. Eu intuo o que faço. E eu respeito os meus ciclos. Os meus instintos. As minhas vontades. Eu vim para me autoconhecer e mostrar para todo mundo tudo o que eu sou. E não me importa o que você ache. O que você sente. Como você reage ao que eu sou. Eu sou e ponto final. Nada vai mudar isso. Nada vai me desviar da grandiosidade de ser tanto uma deusa do céu, quanto uma do inferno. Sou amor e sou poder. Sou força e sou coragem. Sou independente de você, do seu dinheiro e, principalmente, da sua opinião. Usarei os recursos de que necessito. Seguirei na minha própria jornada. Serei líder de mim mesma. Líder de todos os que me cercam. Perto de mim, só estarão aqueles que me forem úteis. Pois os que não forem, se afastarão.  Sou dona de mim. Da minha opinião. Da minha vontade. Sou dona da minha verdade. Ela pertence a mim. Ela se liberta das expectativas e das influências alheias. Ela se liberta dos ganhos secundários da minha mãe, do meu pai e dos meus irmãos. Sou mulher. Sou mãe. Escorpiana. Sou perigosa. E protetora. Sou várias. Sou. Meu filho deu voz à sombra que me atormentava silenciosamente. Aflorou as minhas ansiedades. Os meus medos. Frustrações. É irônico. Ou não. Mas meu filho, ARthur, me tirou o AR. Sufocou o meu antigo eu até não existir alternativa, a não ser renascer. E por isso, hoje, eu grito. Grito a minha liberdade para vir a SER. Hoje eu começo a existir de verdade. A partir de hoje, eu me permito. Eu me coloco. Eu imponho a minha voz, a minha sabedoria, a minha força e a minha coragem. Hoje eu começo a desconstrução do que fizeram de mim. Do que eu acreditei, durante tantos anos, ser. Desconstruo a filha dos meus pais. A irmã dos meus irmãos. A sobrinha dos meus tios. A prima dos meus primos. A namorada do pai do meu filho. Desconstruo a amiga dos meus amigos.  Tia dos meus sobrinhos. A mãe do Arthur e da Lele, minha companheira canina. A veste se rasga para o meu superpoder se revelar. Respiro fundo, já não posso mais sufocar. Estufo o peito. Explodo a força de me autoconhecer. De buscar a mim, de dentro para fora. Explodo amor. O verdadeiro amor. O maior e mais importante. O próprio.


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