Mulheres-mães protagonistas da própria história

Meu cotidiano como mãe

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Como é difícil e cansativo trabalhar fora, ser dona de casa, esposa e mãe de dois. A maior parte do tempo estou no trabalho, onde tenho prazos, cobranças e deveres a cumprir.

Como trabalho com projetos (confesso que tem época que está mais tranquilo, mas ainda assim fico presa no escritório) só consigo resolver as coisas que não exige minha presença como: fazer ligação, enviar um e-mail, pagar uma conta, marcar um médico e etc.

Volto pra casa de transporte público o que também cansa, a maioria das vezes em pé, lidar com a falta de educação das pessoas e esperar pelo menos 20 minutos o busão.

Quando chego as crianças estão com saudade, já correm para o abraço. A Laura quer colo e atenção, Bernardo quer contar como foi o seu dia e eu só queria deitar e assistir alguma coisa em silêncio até pegar no sono.

Mas aí tem o 2º round, preciso de paciência e disposição para lidar com teimosia e birras nessa hora. Primeiro preciso tomar banho, a bebê quer brincar: “espera filha, são só 5 minutinhos”.

Põe o desenho, musiquinha, dancinha. Ufa, ela se distraiu. Consegui tomar banho mesmo com ela batendo na porta. E agora, como secar o cabelo? E ainda tem umas roupinhas pra colocar pra lavar. Olha ali aquele outro monte pra passar: vamos precisar da ajuda da vovó.

– Bernardo vai tomar banho enquanto arrumo sua mochila pra amanhã.
– Mas, mãe, cadê a toalha?
– Mãe, me seca.
– Que roupa coloco?
– Calma, Laurinha. Mamãe já está acabando, só falta uma loucinha que ficou de ontem.
– Bernardo, vamos deitar e dormir.
– Mãe, faz meu leite?
– Mãe, olha o que eu consegui fazer nesse jogo.
– Mãe, a Laura pegou minha bolacha.

Enfim, eles dormiram. Já são mais de 23 horas, deixa o cabelo pra amanhã. Vou deitar porque já já a Laura começa a acordar pra mamar.

No final de semana não é diferente. Mamãe quer dormir um pouquinho mais, porém, o despertador não é o celular e sim o furacão Laurinha. Já acorda sorrindo e no pique. Bora pro banho que a fralda tá cheia, depois preparar o café da manhã. Agora que percebi que acabou a manteiga.

É dia de fazer compra, para tudo e vamos pro mercado. Já está na hora do futebol e eu nem comecei o almoço, vamos ter que comer na rua. Mas pra ser uma boa mãe tem que ser comida fresca e suco natural, é melhor para as crianças.

E passar um pano nos móveis, varrer o chão e lavar o banheiro fica pra que horas? Porque não tem outro dia para as tarefas de casa. Mais tarde tem reunião da escola e as crianças querem passear e ainda tem aquela pizza com um casal de amigos que estamos remarcando há 2 meses.

Pera, não fui a farmácia buscar o remédio, esqueci de trocar as roupas de cama, o lixeiro já passou e perdi o dia da vacina da neném.

Domingo: dia de almoçar com os avós, tios e primos, mas não podemos demorar tanto porque ainda tem a marmita e as camisas do papai pra passar e tentar descansar pra começar tudo de novo.

E eu pergunto para as mamães: como conseguem fazer a unha, ir pra academia, ir na feira? E se arrumar, hidratar o cabelo, fazer sobrancelha? Que horas tem pra fazer uma receita nova ou assistir um filme? Em qual momento descansam?

A maternidade é o amor mais incrível que conheço. É a força e a fraqueza, é superação e doação o tempo todo. Eu não vivo sem eles, tudo o que faço é pra eles, por eles e com eles, mas não posso dizer que é uma missão fácil.

*Texto enviado antes da pandemia.


Autora: Thamires Padovesi

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