Mulheres-mães protagonistas da própria história

Maternidade 7×1

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Todo dia na maternidade, é um 7×1 diferente. A gente se sente em uma final de campeonato, correndo cansada sozinha sem chance de gol.

Carregar nas pernas cansadas o peso de não saber se está acertando a jogada, se a tática usada por nós vai ter algum efeito, se no caminho alguém vai te cruzar uma bola que seja qualquer.

A frustração dos gols perdidos, a comparação com o outro time, sempre vencedor, sabe se lá a que preço e que realidade.

A torcida contra, sedenta, te esperando falhar. 

Muita técnica que na prática se transforma em algo inalcançável.

Como ganhar esse jogo quando você é o técnico, o atacante e o goleiro ao mesmo tempo?

Onde a sociedade, juiz algoz, todos os dias me sinaliza um infinito de cartões amarelos por minhas entradas por vezes violentas, carregadas de exaustão e desalento.

Erro o passe, furo a bicicleta, perco o pênalti.

Juiz ladrão! Tento me defender.

Cartão vermelho me cala, me sangra.

Meu preparo não fui suficiente, doem os músculos, caio no chão gritando de dor.

Não me ouvem. 

Levanta! Corre!

Não há tempo. O relógio corre. Já estamos no acréscimo.

Não tem fim.

Saio de campo entre frustada e triste.

Troca o uniforme, bebê água, respira, alonga.

Depois dessa começa outra partida.

E outra.

E outra.

Uns dias tem gol de placa, a gente comemora, se renova.

Uns dias tem gol contra, a gente senta e chora. Se culpa. Desanima.

Mas basta ouvir o apito, o grito da torcida a favor, que vamos lá outra vez.

Correndo atrás da bola, de olho no gol na esperança do abraço.


Autora: Sou Elisa Fleming , tenho 47 anos, sou mãe do Miguel, escritora e estudante de Ciências Humanas. Escrevo desde os 9 anos, mas só agora criei coragem de realizar o sonho de menina de me lançar profissionalmente. Acabei de publicar um livro em uma editora de auto publicação por demanda, veio na necessidade de falar sobre minha experiência e as descobertas com a maternidade real, de uma forma como não é mostrada na sociedade, chama-se “Coisas que Não me Contaram antes de Ser Mãe”. Espero que curtam minha escrita.

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