Mulheres-mães protagonistas da própria história

Mãe de primeira viagem – Por: Carol Alves

Mãe de primeira viagem – Por: Carol Alves

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Ser mãe de primeira viagem, é maravilhoso sim. É ver que aquele pontinho minúsculo que pulsava loucamente, agora tem forma, tem um sorriso banguela e o melhor cheiro do mundo. Pegar no colo, colocá-lo em cima do peito e poder sentir o amor te preencher, alimentá-lo, banhá-lo, fazê-lo dormir. São sensações únicas, momentos mágicos, mas nem tudo é um mar de rosas, não é mesmo?!

Ser mãe de primeira viagem é também sentir insegurança e medo o tempo todo, é não dormir com medo que o bebê chore e você não escute, é ficar preocupada com qualquer tosse, espirro ou choro incessante, é se sentir culpada até quando o bebê arranha o próprio rostinho.
É querer protegê-lo, ler livros, ler artigos e matérias sobre bebês e maternidade, é deixar de se cuidar para cuidar do bebê, mal conseguir comer porque entre um sono e outro do bebê, você precisa conciliar também com as tarefas domésticas.
É ter que ouvir palpites, críticas, deboches.
Ser julgada constantemente pela família, pelos amigos, e por pessoas que você não conhece.

As pessoas te julgam se você é desleixada, te julgam se você é preocupada demais, as pessoas te julgam muito, e falam coisas absurdas sobre você.

“Você demora muito para trocar a fralda dele”, “Já deu mama?”, “Da mama pra ele, ele tá chorando”, “Vai dar mama de novo?”, “Por enquanto você só serve para dar mama”.

E quando o assunto é o parto, no meu caso que foi cesárea eu sempre tenho que ouvir que eu fui “frouxa”, que eu “amarelei”, que eu “não aguentei”.

Toda mulher quer parto normal, ou pelo menos a grande maioria de nós, mas nem todo mundo consegue e os motivos são vários, motivos estes que não cabe a ninguém, absolutamente ninguém julgar.

Muitas pessoas ao redor fazem você se sentir incapaz de ser mãe, e algumas até tentam te privar disso, querem tomar a frente de tudo, “Eu já fui mãe, eu sei como se faz”, “Se ele chorar deixa que eu pego ele”, “Vem aqui comigo que a mamãe não sabe de nada”.

E apesar de tudo isso você tem que ficar bem, e ter sanidade para conseguir cuidar do bebê.

Ser mãe é lindo, é mágico, pra mim foi a melhor coisa que me aconteceu, mas dói, dói muito quando você tá exausta e opta por não receber visitas e tem que ouvir coisas do tipo “Tá escondendo o bebê”, “Ninguém pode conhecer esse menino”. Dói quando você se priva de muitas coisas pelo bem do bebê (como beija-lo por exemplo), e vê que ninguém liga, ninguém respeita, ninguém se priva de nada, afinal você é a louca, em último caso, para aqueles que possuem um pouco de empatia, você é a mãe que está cuidando e querendo o bem do filho.

Eu amo meu filho, eu amo ser mãe, estou amando muito essa fase sensacional da minha vida, seria mãe novamente com certeza.
Esse desabafo foi um pedido para que todos respeitem as mães, respeitem o puerpério, respeitem as pessoas.

Se com você, ou com a sua vizinha ou seja lá com quem for, foi diferente, tudo bem. Só entenda que as pessoas não são iguais, então respeite e não estrague esse momento único na vida de uma mulher!

Mas, para as futuras mamães que estão lendo isso, calma! Além do seu bebê lindo sorrindo pra você, te olhando como se você fosse a mulher mais linda do mundo, te fazendo transbordar de amor, e muitas outras coisas boas mais, graças a Deus, existem pessoas muito legais no mundo, porque Deus nunca nos desampara e sempre manda as pessoas certas na hora certa.
Então, vai ter gente sim que vai te ajudar, vai te respeitar, vai te confortar e vai estar verdadeiramente ao seu lado. Procure estar sempre perto dessas pessoas, todas as outras que de alguma forma voluntariamente ou involuntariamente estão dificultando as coisas, a gente deixa nas mãos de Deus, porque Ele sabe de todas as coisas, tudo passa, e vai dar tudo certo.

Autora

 

Carol Alves, 26 anos, Paulistana formada em educação física, tenho um bebê de 4 meses, mãe de primeira viagem.

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