Mulheres-mães protagonistas da própria história

Li. E daí?

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É fato. Não sou escritora de sucesso. Quase ninguém me conhece e não tenho várias páginas publicadas nos cadernos intelectuais dos jornais. Apenas algumas! Mas isso não me desmotiva de anotar no papel os pensamentos que me vêm à cabeça quando vejo e ouço ocorrências que me provocam inquietude.

Penso ser útil, pelo menos para mim, organizar e registrar as ideias. Mas não com o intuito de me tornar alguém de renome, ganhador de grandes prêmios, portador de variada e farta conta bancária (até por que ganhar dinheiro com livros nesse país? Ai, ai… é até engraçado!).  

Nem tampouco pretendo levar as reflexões apenas para o lado pessimista, mas sugerir uma reflexão a partir daquilo de negativo e de positivo que acontece.

Julgo ser interessante a exposição de certas ideias por acreditar que seres assim como eu, simples desconhecidos, também fazem parte de uma organização social que observa os “não” e os “sim” das pessoas.

Talvez todo esse tempo gasto e dedicado a registrar minhas indagações nem surta o efeito que desejo: mostrar quão professoras são as ações do dia a dia. Elas podem ensinar sabiamente para as pessoas várias maneiras de ser generosas sem elas ao menos gastar tempo ou dinheiro. Basta apenas ter um olhar observador e questionador. E exatamente esse olhar que me provocou escrever modestamente.

Inclusive, certa vez escrevi sobre o fato de uma famosíssima apresentadora de TV reclamar demasiadamente sobre o fato de ter seu salário de um milhão de reais – isso mesmo! Um milhão de reais reduzido a quinhentos mil.

Quando esse fato saiu na imprensa pensei que não se passava de mais um veículo fofoqueiro e especulativo. Mas esse fato ficou me incomodando demais. Então escrevi sobre esses famosos e milionários que ostentam joias e mais joias, acumulam riquezas, cujos cães tomam banho de ofurô, se aconchegam em sacolas e bolsas de duzentos mil e usam até pedras preciosas no lacinho enquanto muitos lutam para ter o mínimo necessário – e quando têm! 

A fim de contaminar mais pessoas para um possível debate saudável acerca do tema do texto (a pretensão era apenas isso e jamais se tratava de um texto bom ou ruim) dei aquelas palavras para um colega ler. Sabe o que ele disse imediatamente após a leitura? “Li. E daí?” Optei por nem iniciar o tal debate.

Entretanto, esse colega não acabou com minha vontade de registrar aquilo que me desconforta nem com a esperança de que alguém possa ler, debater comigo, com outras pessoas ou até consigo mesmo e perceber a necessidade do “sim” em várias ocasiões desta apressada vida.

Desse modo, essas palavras que aqui estão pretendem apenas despertar uma percepção questionadora diante daquilo que estamos tão acostumados a ver e ouvir e, às vezes, nem olhamos com estranheza. Então mais tarde, quem sabe, alguém possa ao menos perguntar: “Li. E o que penso sobre isso?”


Autora: Claudine Almeida. Amante das boas palavras. Insta: @poesias.paravoce

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