Mulheres-mães protagonistas da própria história

Férias e a solidão da criança com autismo

Férias e a solidão da criança com autismo

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Eu já escrevi e compartilhei alguns textos sobre a solidão da mãe com filhos especiais e este é sobre a solidão da criança com autismo, que também existe e dói. 
Quando o caso é visualizar o transtorno já em seu grau de adjetivo, então, a coisa se aproxima ainda mais do silêncio e da solidão. Como se um autista fosse um ser humano que não deu certo, só porque não se comunica como os outros, não interpreta seus códigos, e não responde como se espera.

Será que precisa ser assim? Por que estabelecemos essas imagens prontas como se fossem verdades universais? No começo do diagnóstico tudo em volta parece te abraçar, seu filho tem amiguinhos, seus amigos te apoiam e todos parecem te acolher. O tempo vai passando, os filhos dos amigos vão crescendo e eles vão evoluindo e apreendendo de acordo com sua idade e de acordo com qualquer criança neurotípica, então a presença do seu filho vai se tornando cada vez mais inconveniente e desnecessária, então os amiguinhos logo vão sumindo. Não é culpa deles …. essa é a parte mais triste.

Eles claramente não foram ensinados a abraçar e aceitar as diferenças dos outros. Não apenas por seus professores, o que teria sido bom, se tivessem pensado em fazê-lo, mas também por seus pais. Eu não quero dizer que os pais que não têm esse tipo de diálogo com os seus filhos são pessoas más, mas poder usar este espaço para ressaltar o quanto é importante os pais conversarem desde o início com seus filhos sobre respeitar o ser humano e suas diferenças. 

Eu citei também sobre as férias porque como pode acontecer o contrário com alguns pais e seus filhos, sobre a criança sofrer exclusão e preconceito no ambiente escolar, onde no caso específico do Anthony ele foi muito bem acolhido, de uma forma inesperada pra mim e muito acolhedora. Infelizmente as férias que são solitárias, pois são as pessoas mais “próximas” que mais se afastaram, isso no fundo o que mais dói.

 Há Anthony’s por todo o mundo. E eles não vão estar tendo tanta visibilidade como Anthony tem por meio deste espaço que uso. Eles merecem reconhecimento. Eles precisam de amor, de apoio e da compaixão que todos somos capazes de dar. Procure o Anthony que está em suas vidas e que você pode não ter percebido. Meu desejo é que você seja gentil com todos os Anthony’s que encontrar em sua vida.

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