Mulheres-mães protagonistas da própria história

Como tratar sobre racismo com as crianças?

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Mesmo sendo um país de maioria negra, ainda observamos muitos casos de práticas de discriminação racial, e várias delas acontecem ainda na infância. Esta fase de desenvolvimento tão importante para a aquisição de conhecimentos, precisa ser tratada com cuidado, principalmente no assunto que tange o respeito ao próximo. Mas como podemos tratar de um assunto tão tenso com as crianças pequenas? Como tratar o racismo com as crianças?

É certo de que, está mais do que na hora de termos práticas e ações que parem de fazer de nossas crianças, vítimas de discriminação racial.

Nós adultos somos exemplos para nossas crianças, e por isso potentes agentes de transformação. Elas, as crianças, tendem a imitar nossas atitudes, sejam elas positivas ou negativas. Logo, ninguém nasce sendo racista. As pessoas aprendem e ensinam o racismo ao observarem e muitas vezes, copiarem as atitudes do outro. As crianças só serão racista, se perceberem que as outras pessoas ao seu redor possuem este comportamento. Nossas crianças estão aprendendo o racismo e aplicando o que aprendem, muitas vezes na escola.

Então, um bom caminho para trabalharmos o racismo e acabar de vez com a discriminação racial, é a sala de aula, local onde muitas crianças começam a ser vítimas destes atos de violência, tendo como justificativa para esta motivação, a espessura do seu cabelo, a cor da sua pele ou seus traços físicos. As crianças insultadas podem apresentar aumento da agressividade ou isolamento, levando a um desgaste físico, psíquico e emocional bem grande que pode sim, ser evitado a partir de ações de pais, educadores e toda rede de apoio com o objetivo de não alimentar atitudes preconceituosas entre os pequenos.

Em casa

Neste sentido, se faz necessário que os pais, conversem com seus filhos sobre diversidade, estimulando o respeito às diferenças. 

Falar sobre as diferenças étnicas, as belezas dos tipos de cabelos e tons de pele pode ser um início de uma boa conversa. Os adultos precisam investir tempo de qualidade para dialogar sobre o racismo e apresentar referencias evitando assim, qualquer tipo de comportamento racista.

As situações de preconceito são bastante difíceis para todos os envolvidos, mas principalmente para as crianças. Em alguns casos, elas ficam tão abaladas que não conseguem falar sobre o assunto, quando são expostas a tal prática. Perda de apetite, desinteresse escolar, tristeza, problemas para dormir são apenas algumas das pistas que elas podem apresentar. Assim, além de dialogar é importante também, observar seus filhos, e conhecer suas crianças de perto para perceberem quando estiver acontecendo algo de errado, devendo procurar os espaços frequentados pelas crianças para saber se sofrem algum tipo de discriminação, e caso seja necessário, acione as autoridades responsáveis. 

Na escola

Já a escola precisa trazer para a prática de sala de aula, as questões étnico-raciais, que devem ser trabalhadas desde a primeira infância, discutindo as diferenças, a diversidade e a representatividade formando assim, cidadãos melhores, através de brincadeiras e brinquedos, jogos, reportagens, histórias e filmes com personagens negros e também de outras etnias, músicas, giz de cera, lápis de cor, vestimentas, culinária…temos um leque de opções e caminhos para seguirmos tendo como objetivo acabar com o racismo e valorizar a diversidade, mostrando a importância da ancestralidade,  da cultura e do sentimento de comunidade. Professores precisam estar preparados para trabalhar a inclusão.

Todos juntos 

Promover ações para melhorar o convívio entre os alunos também pode ser um caminho, junto as famílias. É muito importante ouvir e não invalidar os sentimentos da criança ofendida, assim como também, os da criança que ofendeu, pois como disse anteriormente, muitas vezes eles estão reproduzindo algo que observaram.

O trabalho precisa ser de parceria entre a escola e as famílias, ambas precisam ter vontade de acabar com o preconceito, promovendo a inclusão, o respeito as diferenças e o valor da diversidade.

Não podemos permitir que nossas crianças, sejam elas negras ou brancas, cresçam repetindo esse tipo de atitude e perpetuando qualquer tipo de preconceito.   Nós como comunidade, somos responsáveis por cada criança e precisamos juntos educar e cuidar dos pequenos. UBUNTU!

Então, anota ai algumas dicas de materiais para o trabalho étnico racial com a criançada:  

Livros:

  • Dandara e vovó Cenira-  Livia Marques (Ed. Synopsis)
  • Siara descobre a África- Edna Ande e Sueli Lemos (Ed. Edebê)
  • Meu crespo é de Rainha – bell hooks ( Boitatá)
  • Menina bonita do laço de fita- Ana Maria Machado (Ática)
  • A África de Dona Biá-  Fábio Gonçalves Ferreira (Cedic)
  • Cada um com seu jeito, cada jeito é de um- Lucimar Rosa Dias (ed. Alvorada)
  • O que há de África em nós- Wlamyra Albuquerque ( ed.Moderna)
  • O menino marrom- Ziraldo ( Melhoramentos)
  • Sinto o que sinto – Lázaro Ramos (ed.Carochinha)
  • Lápis cor de pele – Daniela de Brito (Ed. Cortez)
  • Gibi da turma da Mônica/ Milena Maurício de Souza (Panini Comics)
  • Que cor é minha cor? Martha Rodrigues (Maza Editora)
  • Amoras – Emicida (companhia das letrinhas)

 Vídeos, filmes e desenhos animados:

  • Raio negro- Netflix
  • Os africanos- Youtube
  • Meu amigãozão- Discoverykids
  • A princesa e o sapo- Disney
  • SOS Fada Manu- Gloob
  • Doutora brinquedos- Disney Junior, SBT e Netflix
  • A gente se vê  ontem- Netflix
  • Nana e Nilo- loja.nanaenilo.com.br
  • Bino and Fino- Yotube
  • Milly e Molly- Discovery Kids
  • Garota Supersábia- Yotube
  • Inami –Youtube
  • Guilhermina e Calendário- Yotube

 Materiais diversos:

  • Lápis de cor – Caras e cores- faber castell/ Softcolor- tons de pele
  • Giz de cera – Pintkor/ Acrilex- multicultural
  • Massinha- Sou assim/ super massa

 Músicas: 

  • Ritmos musicais- samba, jongo, funk, hip-hop, capoeira
  • Cantante- canto africano
  • Palavra cantada- DVD as melhores brincadeiras da palavra cantada
  • Emicida – sobre crianças, quadris, pesadelos e lições de casa.

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