Mulheres-mães protagonistas da própria história

COLUNA | Pelo direito de respirar

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Após quase 10 meses do primeiro grande surto de covid-19 no Amazonas, assistimos atônitos enfermeiros e médicos reportando mortes pela falta de cilindros de oxigênio.

Esta tragédia poderia ser antecipada, tendo em vista os constantes aumentos dos casos naquele ente federativo, e do crescimento percentual de leitos ocupados, tanto de internações em enfermaria quanto em UTI.

Enquanto, tanto rede pública quanto privada, anunciam a falta de um recurso básico, cuja necessidade para o enfrentamento da pandemia se mostrou desde os primeiros casos conhecidos, percebe-se a completa falta de prioridades de todos os entes federativos.

A saúde, por determinação constitucional, é descentralizada, o que significa que tanto Municípios, Estados e União legislam e implementam políticas públicas.

Assim, governos locais falharam, em não adotar a tempo medidas de restrição de mobilidade, fechamento de comércios não essenciais e fiscalização de aglomerações.

Da mesma forma, o governo estadual falhou, em não montar hospitais de campanha e espalhar, geograficamente, o atendimento dos pacientes, concentrando-os em Manaus, sobrecarregando ambulâncias e barcos de atendimento aos doentes, que deviam dirigir-se sempre à capital do estado.

A União falhou, ao não realizar a distribuição em tempo de cilindros de oxigênio, transferir pacientes para os hospitais federais dos demais estados, e não construir (em conjunto ou paralelamente) hospitais de campanha.

E todos falharam igualmente, ao não realizar a compra planejada de insumos, antevendo as dificuldades logísticas próprias da região, a dificuldade esperada para obter os cilindros de oxigênio.

A provável ou potencial mutação, supostamente ocorrida no Amazonas, pode ter contribuído para a construção da tempestade perfeita (situação em que diversos fatores se combinam para o pior resultado possível), mas não se pode esquecer da falta de prioridade ou planejamento de todos os entes federativos, impondo a morte a pacientes que, com os recursos necessários, poderiam ter superado o covid-19.

Enquanto presto minhas sinceras condolências ao povo amazonense e aos familiares dos mais de 200 mil falecidos em decorrência do coronavírus, espero que, a exemplo do que já ocorre em mais de 52 países, as vacinas existentes possam reduzir o contágio e a mortalidade no Brasil e no mundo todo.

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