Mulheres-mães protagonistas da própria história

COLUNA | Carta aberta para o eu de 2020

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Samara, mulher…

Em janeiro deste ano fazia um ano que você tinha nascido mãe. Mãe é uma invenção e como todas ela ainda pode ser aprimorada, reeditada e reescrita, então, relaxa e vai curtindo as pequenas coisas e não encana com neuras que são descartáveis. Entendeu, Sra?

Eu sei bem que essas neuras – ideias insistentes – estavam fortes aí em janeiro. Mas adianto que você vai sim, caminhar e vai deixar cair tanta coisa de anos atrás que, em breve, se sentirá mais leve, mais solta e muito melhor consigo mesma, sua fé e com os seus, acredite!

Um ano de @ojasongabriel e o aniversário de última hora com o tema Dragon Ball. Esse menino lindo que adquiriu tantas habilidades psicomotoras e sempre que me lembro desse 4 de janeiro vem a imagem do vídeo que guardo dele brincando com um balão laranja e rindo.

Risada boa é a dele. Fico tão extasiada nessa risada que tento captar o que poderia provocá-la de propósito! Atualmente é ele assistir vídeos do Palavra Cantada e principalmente a música sobre o que tem na sopa do neném.

Como a gente cresceu, viu! Não só o meu filho, eu também!

E diminuiu: só de outubro para dezembro perdemos 10 kilos de gordura e que não queríamos que viesse conosco pra 2021! Antes de mais nada, a autoimagem não é algo só nosso, individual e sim culturalmente construído.

Há uma relação dialética (ida e volta, mútua e irremediavelmente interdependente) entre o sujeito-indivíduo-pessoa e a objeto-sociedade-alteridade e como um constrói o outro. Incrível.

Mas, por estudar uma coisinha ali chamada pelo próprio autor principal de ‘peste’ a.k.a. psicanálise, sei bem que o eu é “sobretudo corporal” e que – além do que consideramos organismo em seu sentido biológico/biomédico – existe o corpo, o que é falado deste corpo no campo da linguagem, existe a imagem unificada na qual o eu se apoia – e no nosso caso nosso eu tinha/tem sérios problemas, um deles, claro, o supereu.

Sim e concerteza: Não só de janeiro pra cá mas de uma vida inteira até esses dias até esse minuto em que lhe escrevo, lido com os seguintes conceitos fáceis de nos confundir, mas que sigo querendo distinguir na ponta da língua se me perguntarem:

O ideal do eu e o eu ideal.

Essas coisinhas não são a mesma coisa mas a distinção vai ficar pra depois.

Enfim.

Digo a você que a vida é caminhada, maratona – apesar de a gente ter a impressão antiga de que era uma corrida e isso da minha relação com o tempo eu escrevo em outra oportunidade.

Digo que hoje, quando vem a repetição de eu querer correr com alguma coisa – principalmente com o que eu quero pra mim, tenho  a decência e desenvoltura – que só um efeito de Análise é capaz de conseguir pra me perguntar – no tom de voz único e perfeito da minha analista:

-“Mas, por quê ?”

Eu explico: *Por que a pressa em chegar ali?

Esse trabalho de análise dá um trabalho!

E como sou boa de trabalhar no que gosto eu já me faço essa pergunta antes, já me digo uma resposta e trago na análise seguinte isso tudo, se me vier a cabeça, obviamente. Me reconheço eficiente em querer saber.

Mas, como tudo em análise se trata no discurso, é no furo dele, no que ele tem de equívoco que lá se vem ela e suas perguntas, pontuações, inquietações essas intervenções que não me deixam sossegar as certezas. E é bom! rsrs

Bora trabalhar (n)esse 2021!

Até mais,

E digo mais:

Você importa e devia ouvir mais o que lhe faz brilhar os olhos

a.k.a. o que lhe faz dançar de tanto que desejas.

A propósito: Che voui?

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