Mulheres-mães protagonistas da própria história

Chegamos ao terceiro mês da quarentena e “Aff, já deu”

Chegamos ao terceiro mês da quarentena e “Aff, já deu”

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Já fiz muitas reflexões nesses quase 90 dias, já vi várias dicas de como lidar com o ensino dos filhos dentro de casa, aplico uma coisa ou outra, mas me encontro aqui na tentativa de querer dar o meu melhor e sem me cobrar.

Minha filha Giovanna de 5 anos e Manuella de 2 anos ficaram 1 mês de férias da escola, retornaram agora dia 26 de maio com o ensino via plataforma digital, veja bem, isso criou em mim um desconforto enorme, aula online? Vídeos? Como vou lidar com isso?

Eu sou uma mãe que faço de tudo (chego até ser muita chata, principalmente com os avós) para as minhas filhas não ficarem em celular o tempo todo, assistindo vídeo ou sei lá o que, aqui existe o tempo certo pra ficar no celular e tudo bem monitorado no que estão vendo, e de repente me vejo na situação de que tudo, inclusive as aulas seriam pelo celular ou computador.

Logo pensei e disse ao meu marido: “ Amor do céu, como vou manter Manuella de 2 anos que é agitadíssima, para ver vídeo ou interagir com a professora?” “as duas com aulas pelo celular?”, “ não vou dar conta disso”.

Bom, por aqui neste tempo as coisas financeiramente já não estão bem, então com muita dor no coração, mas entendendo que não seria possível, tiramos a Manuella da escola, e ficamos só com a Gigi que está na fase que é necessário.

Voltaram às aulas, e então me dei conta do que iria enfrentar nos próximos dias, ou talvez meses. Gente acho lindo, um máximo todo o empenho das escolas, das professoras e da paciência com as mães surtadas como eu, mas existe a expectativa e a realidade, e a minha está bem longe da expectativa.

Tenho me deparado com minha filha não querendo fazer as atividades, é sempre uma briga, esses dias perguntei pra ela se ela fazia essa birra na sala de aula, e ela me respondeu: “ aqui não é a escola”, ela tem toda razão, e agora? Pensei na hora : “ Como vou fazer pra ela terminar a atividade e tirar logo essa foto pra professora?” Ali, naquele pensamento vi que estava tudo errado, ela não queria fazer, e eu só queria que acabasse logo, nada estava fazendo sentido.

E as aulas online? Estou totalmente perdida, quando vejo que tinha aula, ela já aconteceu, e quando consigo participar, tenho que lidar com minha filha querendo que eu fique do lado e é necessário para que ela consiga fazer a atividade, mas o que eu faço com minha filha de 2 anos e a de 1 ano que ficam chorando e querendo pegar o celular da irmã e riscar a lição dela?

Cansei da tal tentativa de perfeição para superar a expectativa, de ter que tirar a foto bonita da lição, de fazer todas as aulas do dia, de me sentir culpada pelo tempo de celular que elas querem ficar, se naquele momento está estressante aplicar a atividade, tenho parado e deixado pra depois, quando o momento estiver melhor volto e fazemos juntas.

Não gosto dessas aulas online ou de tudo ser pelo celular, mas tenho feito este exercício diário de entender que é por um tempo, e é o que estamos todos vivendo no momento… Aceitar a realidade sem ter a expectativa de que precisa ser perfeito.

A minha realidade tem sido essa, mas tenho tentado fixar meu olhar em dias melhores, tirar o peso vai tornando as situações mais leves assim como este Pic nic da foto, acredite se quiser, foi um dia de muito surto que fui convidada a ressignificar e viver este momento de leveza e alegria.


Autora: Christianne Marcelino, sou casada há 8 anos com o Acacio Marcelino, sou missionária da Comunidade Católica Instrumento de Deus, mãe das 3 princesas mais lindas: Giovanna 5 anos, Manuella 2 anos e Luanna 1ano, estou em constante aprendizado e auto conhecimento e com a certeza de que fiz as escolhas mais felizes da minha vida.

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