Mulheres-mães protagonistas da própria história

Carta para o Rafa, vulgo Girinim

Carta para o Rafa, vulgo Girinim

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Desde que te descobri, eu chorei todos os dias. Chorei de medo, de frustração e de angústia. Chorei porque não sei o que fazer e nem pra onde ir.

Chorei porque não faço ideia de como te encaixar na bagunça que é a minha vida e, principalmente, por medo desse mundo cruel.

Eu choro nesse exato momento. Agora falta bem pouco pra gente se conhecer. Pouco mesmo! A cada dia você dá mais sinais de que quer vir ao mundo o quanto antes. Não sei de quem puxou essa agitação e ansiedade!

Bem, Rafinha, você vai ouvir muito as pessoas falando o quanto sua mãe é doida. Vai ouvir as histórias da gravidez, de quando você tava aqui dentro e gritando “Iupiiii” a cada move de pole, a cada exercício de pilates, a cada dia de trabalho, palestra, curso ou a cada movimento simples do dia a dia que grávidas não costumam fazer, mas, como ninguém me passou o roteiro, eu não tinha essa informação. Fui lá e fiz! 

Eu não sei ser mãe; vou ter que aprender com você. Não sei fazer bolos nem tenho receita secreta. Não saberei costurar tua fantasia para a escola nem te ajudar com a maquete do dever de casa. Mas te garanto que vamos dançar pela casa (e na rua também) mesmo sem música! Vamos rir de tudo mesmo quando as coisas estiverem difíceis. Vamos brincar, rir e chorar!

Você vai ter a mãe mais louca de todas, mas prometo que serei a melhor que posso. Darei o meu melhor a cada dia e às vezes não será suficiente; mas é o meu melhor. Só espero que você seja um homem respeitador, honesto e gentil. De resto, a gente resolve.

Espero que possamos viajar com muitos pães com mortadela na bolsa, que tenhamos muitas histórias para contar, que amemos nossa companhia e que os sorrisos não cessam nunca. Espero que o amor não falte entre nós!

Vem, Rafinha!! Eu não tô pronta, mas as boas mães nunca estão. Venha no seu tempo, quando quiser! Já tá tudo preparado aqui e o que não estiver vamos agir juntos, porque somos uma incrível dupla cercada de um time infinito de pessoas que nos amam e cuidam de nós. 

De sua mãe, a Ana surtada e redonda, mas que promete que vai ficar tudo bem!


Autora: Sou Ana Paula Balduino, 33 anos, grávida de 35 semanas + 5. Meu marido era clínica e comprovadamente estéril e nunca quis ser mãe, nunca mesmo. Escrevi o texto para meu bebê num dia de muita angústia na página do meu Instagram (@balduino_ana)  onde escrevo diversos relatos sobre maternar. 


Este texto foi revisado por Luiza Gandini.

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