Mulheres-mães protagonistas da própria história

8M | Por entre flores e lutas, damos as mãos, somos mulheres

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Historicamente, o 8 de março é representado por flores, presentes, promoções de spa, roupas. Uma cadeia de livrarias até já fez promoções de livros. Nos últimos anos, a data vem sendo objeto de luta e de reivindicações. As mulheres estão cada vez mais conscientes de seu lugar e de as flores não se converteram em respeito, dignidade e igualdade.

A data está ligada a narrativa de morte de 130 trabalhadoras em uma fábrica em Nova Iorque que exigiam melhores condições de trabalho. No entanto, durante toda a história mulheres se colocaram em marcha. Na revolução russa, milhares de mulheres pararam suas atividades e marcharam pedindo pão, terra e paz.

Em 2017, esse movimento atinge seu ápice sob o lema “Se nossas vidas não importam, que produzam sem nós”. Por que é tão importante que possamos marchar em luta? Por que não bastam as flores distribuídas? Por que igualdade de direitos ainda está longe? Segundo Silvia Frederici, em uma entrevista para a revista Brasil de Fato, afirmou que o crescimento do feminicídio e da pobreza ao redor do mundo estão atrelados aos processos de acumulação do novo capitalismo.

Os dados a seguir são da OMS e da OIT para que possamos entender porque nos colocamos em marcha:

·         A cada 11 minutos uma mulher é estuprada;

·         1 em 13 mulheres são assassinadas;

·         1 em cada 3 mulheres já sofreu algum tipo de violência;

·         As mulheres gastam 2,5 mais tempo que os homens nos trabalhos domésticos;

·         800 milhões de mães no mundo tem licença maternidade remunerada/

·         86% das mulheres brasileiras ouvidas por uma pesquisa da Action Aid já sofreram assédio.

Deixamos de ser meras reprodutoras para também nos tornar trabalhadoras, competindo em um mercado já acirrado e em crise. Em 2020, o 8 de março, gritará contra a desigualdade econômica, discriminação sexual, violência racista, e feminicídios nos cinco continentes. Seja no dia 8 ou no dia 9, como uma semana ou uma jornada de lutas, as mulheres sempre irão questionar a organização do trabalho e do lar.

Portanto, receber flores está aquém do que precisamos. Suas flores são bem-vindas se junto com elas vier sua consciência de estar ao nosso lado na reflexão e na luta, nos trabalhos e nas reivindicações e em criarmos uma sociedade mais solidária e afetiva.

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