Mulheres-mães protagonistas da própria história

Sabe aquele história de mercado de trabalho igual pra todas? Esquece! – Por: Letícia dos Santos

Sabe aquele história de mercado de trabalho igual pra todas? Esquece! – Por: Letícia dos Santos

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Sabe aquele história de mercado de trabalho igual pra todas? Esquece! Quando você é mãe, as portas se fecham. Fui contratada para trabalhar na empresa de manhã, o que pra mim é tranquilo, pois tem quem fique com o baby.
Surgiu uma oportunidade de crescimento (já até falei dela com vocês, meninas) e eu não ia aceitar por ser a tarde, até que disseram que poderia ser de manhã também. Me animei, lógico!
Corri para pegar a oportunidade, afinal, dinheiro tá curto e eu quero dar uma vida melhor pro Eli. Desde o treinando, avisei que não poderia de maneira nenhuma ficar a tarde, expliquei a situação até para a mulher do RH que entendeu e me colocou de manhã.
Último dia de treinamento, sobe a planilha com os horários, pra minha surpresa, eu estava a tarde. Comecei a chorar na hora, eles disseram que se não fosse ficar, não teria outro lugar para realocação, ou seja, era rua e eu não posso me dar ao luxo de perder o emprego. Uma alma extremamente bondosa do meu treinamento, viu meu desespero e aceitou trocar o horário comigo já que para ele, era até melhor a tarde. Planejamento me liga: “não podemos trocar em treinamento, só na operação” Ok! Arrumei alguém pra ficar com o baby no primeiro dia para que eu pudesse ir.
Cheguei lá, primeira coisa foi procurar a supervisão e avisar da minha troca casada. A supervisora, do alto da arrogância dela, disse que não me mudaria até sexta. Eu fiquei perplexa, troca casada a gente faz no dia seguinte já e ela me dizendo que só faria sexta. Como assim? Quem ficaria com meu filho? Eu perguntei a ela “mas e o que eu faço? Com quem vou deixar meu filho?”, “O que você vai fazer eu não sei, mas preciso de você na empresa a tarde” eu estava estarrecida “trago meu filho pra operação então?” , ela disse: “Meu bem, quando você vai procurar emprego ou entra numa empresa, tem que ter plano A B C até o H”.
Eu não podia acreditar que uma mulher estava me dizendo aquilo. Se fosse um homem, ainda não seria aceitável mas tem homem que como não vai parir, não consegue entender, mas uma mulher?!!! Uma mulher é muita sacanagem.
Liguei para o meu marido chorando, dizendo que teria que pedir as contas, ele pediu para que eu fosse embora na hora pois ele viu como eu estava abalada, eu disse que não queria perder o emprego e que mesmo que fosse dar rescisão indireta na empresa, eu não poderia abandonar o posto. Por sorte, encontrei os caras que me deram treinamento e eles se dispuseram a me ajudar, tanto é que terça (21) estarei de manhã.
Eles foram, pra mim, os salvadores do meu emprego. Só quero deixar aqui meu agradecimento a eles e minha súplica para que aquela mulher aprenda o que é empatia, porque está em falta. Sei que como minha supervisora, ela vai fazer da minha vida um inferno, mas é tudo pelo Elijah e tudo que é pelo Elijah vale a pena.

Autora:

Letícia dos Santos. Estudante de administração, 21 anos, atendente e mãe do Elijah. Ainda meio perdida nessa coisa de ser mãe, mas cada dia se renovando.
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